segunda-feira

SUMIÇO DAS ABELHAS - MISTÉRIO QUE A CIÊNCIA NÃO EXPLICA

O Mistério das Abelhas

Cadê a abelha que estava aqui?

As abelhas estão desaparecendo e, sem elas, muitos alimentos deixam de ser polinizados. Descubra, nesta reportagem especial, o que está acontecendo com essas operárias da natureza.

Texto: Natália Martino

"Estou apavorado." É assim que o apicultor Josemar Toniel define seu sentimento atual em relação às 1.500 colmeias de abelhas que formam o seu negócio. Ele teme o futuro de suas centenas de enxames e esse medo não é infundado: há três anos, Toniel possuia 2.100 colmeias. “Não sei explicar o que está acontecendo. Eu chego lá e a caixa está cheia de mel, de crias, tudo certinho, mas as abelhas simplesmente desapareceram”, diz desolado. O fenômeno que apavora o apicultor de Fraiburgo (SC) tem assolado criadores de abelhas da Europa e dos Estados Unidos e foi batizado de Desordem de Colapso da Colônia (CCD, da sigla em inglês para Colony Collapse Disorder).

O abandono da colmeia pelas abelhas não tem motivo aparente e muitas teorias já foram construídas para explicar o fenômeno. Já se cogitou até em radiações causadas por celulares. “O mais certo, porém, é que seja multicausal”, explica Mara Rúbia Pinto, médica veterinária da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), que participa de uma comissão de especialistas que tem atendido a muitos chamados de apicultores assustados com o CCD. Problemas com a variabilidade genética, mudanças no ácaro Varroa destructor, micro-organismo que tradicionalmente ataca as abelhas, falta de alimentos, fungicidas, defensivos agrícolas, tudo pode estar relacionado com o desaparecimento.

......................................................................................................

Sumiço de abelhas intriga apicultores em Santa Catarina

Animais simplesmente abandonam colmeias por motivo desconhecido.
Fenômeno pode afetar produção de mel e também de maçãs no estado.

Do Globo Natureza, com informações do Jornal Hoje


O sumiço das abelhas, que há anos intriga os produtores de mel nos Estados Unidos, pode ter chegado ao Brasil. Em Santa Catarina, cientistas criaram um grupo para investigar o mistério que ficou conhecido como
‘colapso das colmeias’.




Há seis anos, apicultores americanos ficaram intrigados com um fenômeno. As abelhas produtoras de mel estavam sumindo sem deixar vestígios. O problema ficou conhecido como o ‘colapso das colmeias’.

"Nos Estados Unidos, simplesmente as abelhas abandonam as colméias. Não se veem abelhas mortas nessas colmeias. Então, elas abandonam deixando mel, pólen e, às vezes, até as crias", diz a médica veterinária Mara Rúbia Pinto.

Os cientistas investigam várias hipóteses: mudanças climáticas, o uso de agrotóxicos, novos tipos de vírus ou parasitas poderiam estar afetando as abelhas. Até agora, o colapso das colmeias permanece um mistério.

Estaria o mesmo fenômeno se repetindo no Brasil? O fato é que, de meados do ano passado para cá, muitos apicultores de Santa Catarina, o segundo produtor de mel do país, vêm relatando casos e mais casos de colmeias abandonadas pelas abelhas.

Leodete Rohling Pfleger perdeu metade da produção de mel. "Nós tínhamos 65 colméias, eles abandonaram 33. Ficamos só com 32 colmeias. Eu não tenho idéia do que aconteceu. Para mim, é um mistério", diz.

Casos assim levaram os produtores de Santa Catarina a formar uma comissão científica. O primeiro desafio é saber quantos dos 30 mil apicultores foram atingidos.

O sumiço das abelhas afeta não só a produção de mel. Santa Catarina é o maior produtor de maçãs do país. A polinização desses pomares é feita por milhões de abelhas. Hoje, 100 mil colmeias são usadas nessa tarefa. “Noventa por cento da produção de maçã no estado depende diretamente da polinização pelas abelhas domésticas”, afirma Afonso Inácio Orth, professor do departamento de Fitotecnia da UFSC.

A investigação sobre o mistério das abelhas está só começando. "Nós não temos elementos nesse momento para afirmar que os problemas aqui são os mesmos que ocorrem com o colpaso das colônias nos Estados Unidos. É preciso investigar as causas desse desaparecimento no ano passado", explica Orth.

Nenhum comentário: