EM VIRTUDE DAS SITUAÇÕES CITADAS ACIMA, ALÊM DAS CRISES FINANCEIRAS PROFUNDAS QUE ASSOLAM O MUNDO, COLOCANDO PAISES RICOS DE JOELHOS, UMA GRANDE ONDA DE FOME MUNDIAL SE APROXIMA, SENDO QUE JÁ COMEÇOU EM VARIOS LUGARES DO GLOBO, MAS QUE NÃO TEM DESTAQUE NA GRANDE IMPRENSA NEM NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, RSULTADO DE UMA AUTO-CENSURA DOS GOVERNOS MUNDIAIS.
ESTA GRANDE ONDA DE FOME, IRÁ ASSOLAR O PLANETA E PROVOCAR SÉRIOS DISTURBIOS, CONFLITOS, EM PRATICAMENTE TODAS AS NAÇÕES, ONDE OS MAIORES ATINGIDOS ENTRARÃO EM CHOQUE COM OS QUE AINDA PUDEREM CONTROLAR A DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS, E POUCOS E PRIVILEGIADOS TERÃO ACESSO A ALIMENTAÇÃO.A fome no mundo
                                                                                                 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 Uma pessoa morre de fome todos os quatro segundos  
  
 815  milhões de pessoas sofrem da fome no mundo. Este número diminue em  média 6 milhões por ano. Mas seria necessário queesta baixa passasse  para os 28 milhões para reduzir para metade o número de pessoas mal  alimentadas daqui até 2015, objectivo fixado pela ONU. 
  
        30 países da África  subsariana sofrem da fome, ou seja mais da metade dos 50 países  recenseados pela ONU, no que  respeita a alimentação e a agricultura.  A Somalia detém o triste  recorde da má nutrição do planeta:75% da sua população é vitima desse flagelo.
        
             24.000  pessoas morrem de fome cada dia que passa, isto é, uma  todos os quatro  segundos.                        3  600 calorias consumidas em média diariamente por um americano:67% mais  nque um africano!
              
             350 mil milhões de euros é a soma que  as nações mais ricas do planeta pagam para subsidiar a sua agricultura.  Aos agricultores dos países não desenvolvidos chega apenas 8 mil milhões  de euros!                          Quatro multinacionais partilham  90% do comércio mundial dos  cereais.
              
       COMO ALIMENTAR 15 MIL MILHÕES DE  PESSOAS:            A CRIAÇÃO DE  ANIMAIS DOMÉSTICOS REPRESENTA GASTOS IMPRESIONANTES EM COMIDA   
            AO  RITMO ACTUAL, 50% DA POPULAÇÃO MUNDIAL TERÁ FALTA DE ÁGUA EM 2025 
           A LUTA  CONTRA A FOME NÃO  OBTÉM RESULTADOS
            como alimentar 9 mil milhões de seres humanos  em 2050 
              Sofrimento  humano, Violação dos Direitos Humanos 
              
        
  
  
 É vergonhosa a situação a que chegou o homem com sua forma de Civilização, onde  a fome mata milhões de crianças no mundo, enquanto outras comem demais  (como os adultos) e atingem excessos de peso e doença pela mão de seus  próprios pais.    
                    
       Em 1974, a Conferência Mundial sobre a Alimentação fixava  a meta para eliminar a fome no mundo até 1984. Foi um sonho impossível  como admitiram implicitamente, em 1996, os representante da Fao reunidos  em Roma. Hoje, voltam ainda as previsões da redução pela metade do  número de famintos até 2020.
       Prevê-se que uma massa de 1 bilião e 300 milhões ainda passará  fome naquele ano, sendo que as crianças subnutridas somarão 132 milhões.  Um pouco abaixo dos 166 milhões de 1997, mas ainda muitas: uma a cada  quatro crianças passará fome.
       Os números nada animadores estão no relatório “Previsões para  o ano 2020 sobre a alimentação mundial: tendência alternativas e  escolhas” apresentado em Bona, Alemanha, no mês de setembro.
                
                                       | Cada  dia, morrem                           por causa da fome,
 24 mil  pessoas.
 10% das crianças,
 em países em
 desenvolvimento,
 morrem antes de
 completar cinco
 anos de idade
 | 
                    
       Preve-se que a América Latina possai conseguir, até 2020,  eliminar a fome do continente. A China também reduzirá para metade as  crianças sub-nutridas com a política do filho único, mas a Índia  continuará a ser um problema, pelo aumento da sua população. A tragédia,  porém, continuará na África, onde se anuncia um aumento da fome: o  flagelo atingiráos 33 milhões de  crianças,  em 1997, a algo entre  39 e 49 milhões, em 2020.
       Segundo o Ifpri, instituto americano que faz pesquisas sobre a  economia dos países pobres ligados à Fao, a África, para reverter esses  números, precisaria de muito dinheiro, entre 76 a 186 bilhões de  dólares, somente para melhorar suas infra-estruturas básicas (estradas,  irrigação, saúde,etc). Porém a tragédia das crianças famintas  poderia já ser reduzida em parte, se fossepossível aumentar os  investimentos pelo menos de 10 bilIões de dólares por ano (menos do que   o mundo gasta em armamentos).
       Na África, existem outros desafìos endêmicos, como os conflitos  armados e as maiores taxas de pobreza, dificultando até o começo de umaretomada a curto prazo de um crescimento económico sustentável.
       “As  previsões mais recentes deixam entender que o objetivo fixado em 1996  não será conseguido antes de 2030”: lê-se no site da Fao. Dez anos de  atraso em relação às previsões do relatório acima.
  
    
                                
           
           Alberto  Garuti
           Resolver  o problema da fome                 
não depende só dos países em desenvolvimento
           Em 1974, durante a Conferência  Mundial sobre Alimentação, as Nações Unidas estabeleceram que “todo  homem, mulher, criança, tem o direito inalienável de ser livre da fome e  da desnutrição...”. Portanto, a comunidade internacional deveria ter  como maior objetivo a segurança alimentar, isto é, “o acesso, sempre,  por parte de todos, a alimento suficiente para uma vida sadia e ativa”.
           E isso quer dizer:
           - acesso ao  alimento: é condição necessária, mas ainda não suficiente; 
- sempre: e  não só em certos momentos; 
- por parte de  todos: não bastam que os dados estatísticos sejam satisfatórios. É  necessário que todos possam ter essa segurança de acesso aos alimentos; 
- alimento para  uma vida sadia e ativa: é importante que o alimento seja suficiente  tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo. 
Os dados que possuímos  dizem que estamos ainda muito longe dessa situação de segurança  alimentar para todos os habitantes do planeta.
           Quais  são as causas?
           A situação precisa ser  enfrentada, pois uma pessoa faminta não é uma pessoa livre. Mas é  preciso, em primeiro lugar, conhecer as causas que levam à fome. Muitos  acham que as conhecem, mas não percebem que, quando falam delas, se  limitam, muitas vezes, a repetir o que tantos já disseram e a apontar  causas que não têm nada a ver com o verdadeiro problema. Por exemplo:
           A fome é causada  porque o mundo não pode produzir alimentos suficientes. Não é  verdade! A terra tem recursos suficientes para alimentar a humanidade  inteira.
           A fome é devida ao  fato de que somos “demais”. Também não é verdade! Há países muito  populosos, como a China, onde todos os habitantes têm, todo dia, pelo  menos uma quantidade mínima de alimentos e países muito pouco habitados,  como a Bolívia, onde os pobres de verdade padecem fome!
           No mundo há poucas  terras cultiváveis! Também não é verdade. Por enquanto, há terras  suficientes que, infelizmente, são cultivadas, muitas vezes, para  fornecer alimentos aos países ricos!
           As  verdadeiras causas
           As causas da fome no  mundo são várias, não podem ser reduzidas a uma só. Entre elas  indicamos:
           As monoculturas:  o produto nacional bruto (pib) de vários países depende, em muitos  casos, de uma cultura só, como acontecia, alguns anos atrás, com o  Brasil, cujo único produto de exportação era o café. Sem produções  alternativas, a economia desses países depende muito do preço do  produto, que é fixado em outros lugares, e das condições climáticas para  garantir uma boa colheita.
           Diferentes  condições de troca entre os vários países: alguns países,  ex-colônias, estão precisando cada vez mais de produtos manufaturados e  de alta tecnologia, que eles não produzem e cujo preço é fixado pelos  países que exportam. Os preços das matérias-primas, quase sempre o único  produto de exportação dos países pobres, são fixados, de novo, pelos  países que importam.
           Multinacionais:  são organizações em condições de realizar operações de caráter global,  fugindo assim ao controle dos Estados nacionais ou de organizações  internacionais. Elas constituem uma rede de poder supranacional. Querem  conquistar mercados, investindo capitais privados e deslocando a  produção onde os custos de trabalho, energia e matéria-prima são mais  baixos e os direitos dos trabalhadores, limitados. Controlam 40% do  comércio mundial e até 90% do comércio mundial dos bens de primeira  necessidade.
           Dívida externa:  conforme a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a  dívida está paralisando a possibilidade de países menos avançados de  importar os alimentos dos quais precisam ou de dar à própria produção  agrícola o necessário desenvolvimento. A dívida é contraída com os  bancos particulares e com Institutos internacionais como o Fundo  Monetário e o Banco Mundial. Para poder pagar os juros, tenta-se  incrementar as exportações. Em certos países, 40% do que se arrecada com  as exportações são gastos somente para pagar os juros da dívida  externa. A dívida, infelizmente, continua inalterada ou aumenta.
           Conflitos armados:  o dinheiro necessário para providenciar alimento, água, educação, saúde  e habitação de maneira suficiente para todos, durante um ano,  corresponde a quanto o mundo inteiro gasta em menos de um mês na compra  de armas. Além disso, os conflitos armados presentes em muitos países em  desenvolvimento causam graves perdas e destruições em seu sistema  produtivo primário.
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 Eis o que  nos dizem as estatísticas: - Há 800  milhões de pessoas desnutridas no mundo. - 11 mil  crianças morrem de fome a cada dia. - Um terço  das crianças dos países em desenvolvimento                         apresentam atraso no crescimento físico e  intelectual.
 - 1,3  bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água                         potável.
 - 40% das  mulheres dos países em desenvolvimento são                         anêmicas e encontram-se abaixo do peso.
 - Uma  pessoa a cada sete padece fome no mundo. | 
                        
           Desigualdades  sociais: a luta contra a fome é, em primeiro lugar, luta contra a  fome pela justiça social. As elites que estão no governo, controlando o  acesso aos alimentos, mantêm e consolidam o próprio poder.  Paradoxalmente, os que produzem alimento são os primeiros a sofrer por  sua falta. Na maioria dos países, é muito mais fácil encontrar pessoas  que passam fome em contextos rurais do que em contextos urbanos.
           Neo-colonialismo:  em 1945, através do reconhecimento do direito à autodeterminação dos  povos, iniciou o processo de libertação dos países que até então eram  colônias de outras nações. Mas, uma vez adquirida a independência, em  muitos continuaram os conflitos internos que têm sua origem nos  profundos desequilíbrios sociais herdados do colonialismo. Em muitos  países, ao domínio colonial sucederam as ditaduras, apoiadas pela  cumplicidade das superpotências e por acordos de cooperação com a antiga  potência colonial. Isso deu origem ao neocolonialismo e as trocas  comerciais continuaram a favorecer as mesmas potências.
           Quando um país vive  numa situação de miséria, podemos dizer que, praticamente, todas essas  causas estão agindo ao mesmo tempo e estão na origem da fome de seus  habitantes. Algumas delas dependem da situação do país, como o regime de  monocultura, os conflitos armados e as desigualdades sociais. Elas  serão eliminadas, quando e se o mesmo país conseguir um verda-deiro  desenvolvimento. Mas outras causas já não dependem do próprio país em  desenvolvimento, e sim da situação em nível internacional. Refiro-me às  condições desiguais de troca entre as várias nações, à presença das  multinacionais, ao peso da dívida externa e ao neocolonialismo. Isso  quer dizer que os países em desenvolvimento, não conseguirão sozinhos  vencer a miséria e a fome, a não ser que mudanças verdadeira-mente  importantes aconteçam no relacionamento entre essas nações e as mais  industrializadas.